Espírito Geográfico

Qualquer que seja o tipo de lugar, devemos ter sempre presente a sua posição no tempo, bem como sua localização no espaço. Um lugar não pode ser compreendido meramente pela observação da interação das forças da atualidade. Conhecer o legado do passado e sentir a presença da transformação, são qualidades essenciais ao espírito geográfico

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Geração de Lucro é impecílho para o direito a cidade

23/03/2010 - Geração de lucro do capitalismo é empecilho à garantia plena do direito à moradia digna e à cidade, afirmam Harvey e Rolnik








O Fórum Social Urbano foi aberto nesta segunda-feira com alguns dos maiores pensadores do Direito à Cidade no Brasil e no mundo.



O geógrafo norte-americano David Harvey, dividiu a mesa de abertura com as brasileiras Raquel Ronilk, relatora da Onu sobre habitação, e Ermínia Maricato, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.



Para Harvey (foto ao lado), os principais problemas que a humanidade enfrenta hoje: a pobreza, a marginalidade, a degradação ambiental, não podem ser encarados sem levar em conta o viés urbano.



“As soluções apresentadas por governantes e pela ONU é mais expansão de mercado, microcrédito, como se o dinheiro fosse resolver todos os problemas. Há quanto tempo o capitalismo está instalado? Então, porque não surgiram soluções dentro do próprio capitalismo para a pobreza e para as questões ambientais?”, questionou Harvey.





Para o geógrafo, o capitalismo tem investido cada vez mais em espetáculos, como jogos, filmes e eventos, ao invés de investir em produção material, justamente porque essas coisas não duram, acontecem e depois desaparecem.



“Há governos e cidades com problemas por causa desse tipo de investimento, a Grécia, por exemplo, enfrenta grave crise financeira porque investiu na construção de infraestrurura para os jogos olímpicos, espaços que hoje não servem mais para nada e, agora, o governo está endividado”, disse.



Raquel Rolnik (foto ao lado), relatora da ONU sobre o direito à moradia, afirma que têm assistido aos mesmos problemas em várias partes do mundo.

“Hoje, acabou a história do centro x periferia como relação ente países desenvolvidos e subdesenvolvidos em nome de um só modelo, unificado e global, que se reproduz em cada país. A terra, esse bem tão fundamental, a conexão dos seres humanos com seu modo de vida, passa a ser apenas um meio de reprodução do capital, somente para quem possui esses meios, excluindo aqueles que não têm acesso nem recursos”, afirmou Rolnik.





Para a relatora, a luta pelo direito à moradia e à cidade, é também uma luta pela justiça e pela igualdade, mais do que necessária e urgente.



O Fórum Social Urbano acontece no Centro do Rio de Janeiro, paralelamente ao evento organizado pela Onu, até o dia 26 de março.



Veja aqui a programação completa do Fórum Social Urbano



Serviço: Fórum Social Urbano

Entrada Franca

22 a 26 de março, das 9h às 18h30

Centro Cultural da Ação da Cidadania contra a Fome

Rua Barão de Tefé, 75, Saúde, Rio de Janeiro

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